Crônicas – O dia que eu tive um ataque de estresse

Acho que todo profissional de TI corre o risco de passar por um momento desse tipo.

Eu trabalhava na TOTVS Bauru, e houve uma época que eu comecei a ficar conhecido na consultoria (já contei essa história em outra crônica), acontece que como meu antigo coordenador me falava, o grande Rubinho, eu não sabia falar não rs… E que eu tinha que dosar as coisas.

“Não”

Pois bem jovens, até então eu tinha ouvido falar relatos de ataques de estresse em profissionais, mas nunca havia passado por nada parecido. Eu costumava trabalhar bastante, até inclusive era um dos que batia sempre a super meta, então meio que eu fazia muitas horas produtivas em cliente.

Mas, tudo em excesso faz mal, inclusive trabalho. Certa dia, eu já não estava me sentindo meio bem, noites mal dormidas, cobranças, códigos fontes, pendências, etc… tudo foi acumulando, e eu iria atender um cliente em Dois Córregos, perguntei pra ele se podia fazer aquele dia trabalho remoto, e acabei indo para a unidade acessar remotamente o cliente.

Ah, a magia do trabalho remoto rs

Acontece que no fim do expediente, eu estava me sentindo exausto, peguei meu Corsinha (como diria o Toddynho, meu companheiro de aventuras), e comecei a voltar para casa. Quando passei um pouco de um posto BR, senti uma sensação horrível. Era algo como se a minha adrenalina tivesse a mil, fiquei trêmulo, e senti um grande aperto no meu tórax.

Naquele momento, pensei, pronto, vou morrer aqui e o legista vai olhar e falar, “causa da morte, lanche do Burger King e milk shake do Chiquinho Sorvetes” rs… Jovens fiquei desesperado, não sabia o que fazer. Parei o carro um pouco e parei para respirar.

Esse lanche ta top!

Chegando na casa dos meus pais, eles não estavam, eu tomei um copo de água, comecei a respirar bem devagar, e depois decidi fazer uma caminhada de leve para ver se a adrenalina saia. Depois de 1 ou 2 horas caminhando, voltei e eu estava melhor.

Nesse momento, eu percebi que precisava parar um pouco de apenas “trabalho, trabalho e trabalho” e precisava olhar para a minha vida pessoal, pois eu já estava com problemas na coluna, obeso e sedentário, algo precisava mudar.

Tudo numa boa – Rasputia

Então pouco a pouco comecei a mudar, procurei médicos e nutricionistas, comecei a endireitar a postura, comecei a fazer academia, até mesmo cheguei a perder mais de 20 kg, e comecei a controlar a alimentação. E o mais importante, comecei a pensar um pouco no meu lado pessoal, e não ficar apenas trabalhando.

Por isso jovens, que, termos como Burnout e Crunch são bem comuns no exterior, no Brasil talvez não sejam tão conhecidos. Mas se vocês se sentirem exaustos parem por um momento e vejam que a vida não é apenas trabalho.

Ah, e o pior que quando relatei isso para alguns consultores (da TOTVS mesmo) em um almoço no Estância Grill aqui em Bauru mesmo, um deles virou e falou que era frescura rs… Bom, pode ter sido a maionese do BK mesmo rs…

Esse é um artigo da coluna, Crônicas, se você gostou, deixe um comentário que irei publicar outras histórias no futuro.

Bom pessoal, por hoje é só.

Abraços e até a próxima.

Dan (Daniel Atilio)
Cristão de ramificação protestante. Especialista em Engenharia de Software pela FIB, graduado em Banco de Dados pela FATEC Bauru e técnico em informática pelo CTI da Unesp. Entusiasta de soluções Open Source e blogueiro nas horas vagas. Autor e mantenedor do portal Terminal de Informação.

8 Responses

  1. Mozart disse:

    Legal esse relato. Sempre ouvimos na televisão sobre histórias como esta e achamos que isso não vai nos pegar. Mas já tive alguns sintomas desses também e assim como vc tive que melhorar alguns hábitos.
    Abraço Dani.

  2. Rafael Rubin disse:

    O equilíbrio é sempre o fator para tudo. No começo de carreira também ficava até altas horas, sem muito filtro. Com o tempo você aprende a trabalhar melhor, de forma a dosar e priorizar aquilo que é realmente importante.

    Continue com as histórias, é muito legal poder compartilhar!

  3. Cássio disse:

    Grandes conselhos de um grande profissional, e excepcional amigo.

  4. Jorge Orlando disse:

    Só quem passou por um ataque de estresse sabe como é! Gosto muito das suas cronicas.

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